<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=259 mm><FIOH=2 pt><MF=27 mm><PF=40 mm><LF=164 mm>ATA DA TRIGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 09.05.1997.

 


Aos nove dias do mês de maio do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Cyro Martini, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Motta, Juarez Pinheiro, Paulo Brum e Sônia Santos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Dib, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Tereza Franco. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Trigésima Terceira Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, 01 Indicação nº 34/97 (Processo nº 1445/97), 01 Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 71/97 (Processo nº 1291/97); pela Vereadora Anamaria Negroni, 02 Pedidos de Providências e 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 92/97 (Processo nº 1438/97); pelo Vereador Carlos Garcia, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Cláudio Sebenelo, 01 Pedido de Informações nº 78/97 (Processo nº 1505/97); pelo Vereador João Dib, 01 Pedido de Informações nº 77/97 (Processo nº 1504/97); pelo Vereador Pedro Américo Leal, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 93/97 (Processo nº 1484/97); pelo Vereador Reginaldo Pujol, 01 Pedido de Providências e 02 Projetos de Lei do Legislativo nºs 87 e 90/97 (Processo nº 1431 e 1435/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 205, 210, 212, 213 e 215/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 02/97, da Associação dos Moradores do Jardim Ipiranga; 29/97, do Deputado Cézar Busatto, Secretário de Estado da Fazenda/RS; 101/97, da Vereadora Maria de Lourdes Pinheiro, Presidenta da Câmara Municipal de Boa Vista/RR; 210, 215 e 227/97, do Desembargador Adroaldo Furtado Fabrício, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado/RS; 410/97, do Gabinete do Vice-Governador do Estado/RS; s/nº, do Senhor Cristiano Roberto Tatsch, Presidente da Companhia Riograndense de Telecomunicações - CRT; s/nº, do Senhor Nelson Pacheco Sirotsky, Diretor-Presidente da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho; Cartões: do Senhor Nelson Boeira, Secretário da Cultura do Estado/RS; da Sra. Janice Mayer Machado, Secretária-Geral de Governo/RS; da Senhora Iara Sílvia Lucas Wortmann, Secretária de Estado da Educação/RS; Convites: do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado do Rio Grande do  Sul, para o coque<D>tel de lançamento do livro "Rio Grande do Sul - Cenas e Paisagens"; do Senhor Antônio <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>Britto, Governador do Estado do Rio Grande do Sul, e do Senhor Jorge Gerdau Johannpeter, Presidente da Comissão Estadual da Qualidade e Produtividade, para a Cerimônia de entrega do Prêmio Qualidade RS - edição 1997. Na oportunidade, o Vereador João Carlos Nedel informou que teria de se ausentar da presente Sessão a fim de participar do seminário "Estratégias de Atuação em Câmaras Municipais", promovido pela Fundação da Mulher Gaúcha. Em PAUTA ESPECIAL, 2ª Sessão esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 18/97. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nº 40 e 75/97, o primeiro discutido pela Vereadora Maria do Rosário e o segundo discutido pelos Vereadores Cyro Martini e Guilherme Barbosa; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 65 e 59/97, este último discutido pelo Vereador Guilherme Barbosa; o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 09/97, discutido pelo Vereador João Motta; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 174/96; o Projeto de Resolução nº 10/97; o Projeto de Lei do Executivo nº 17/97. Às nove horas e trinta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo reabertos às nove horas e trinta e oito minutos. A seguir, o Senhor Presidente registrou o comparecimento na Casa e convidou para integrar a Mesa o Senhor Abel Fatalla, Presidente da Comissão de Cultura do Conselho Deliberante de Buenos Aires, integrante da comitiva que participa do evento cultural "1º Buenos Aires em Porto Alegre". Em continuidade, o Senhor Presidente, Vereador Clovis Ilgenfritz, em nome da Casa, saudou o Senhor Abel Fatalla, discorrendo sobre a integração econômica e cultural promovida pelo MERCOSUL e sobre a união solidária dos povos latino-americanos. Logo após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Abel Fatalla, que agradeceu a saudação do Senhor Presidente, abordando o intercâmbio cultural e de experiências administrativas entre as cidades de Porto Alegre e Buenos Aires. Em prosseguimento, os Vereadores Gerson Almeida, Eliseu Sabino, Pedro Américo Leal e Isaac Ainhorn, em nome de suas Bancadas, saudaram o Senhor Abel Fatalla. Às dez horas e dez minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo reabertos às dez horas e quatorze minutos, constatada a existência de "quorum", iniciando-se a ORDEM DO DIA. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença na Casa do Senhor Inácio Mafra, Vice-Prefeito Municipal de Blumenau/SC, membro do PPS. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 142/96, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Paulo Brum, Juarez Pinheiro, Carlos Garcia, Fernando Záchia e Cláudio Sebenelo, com ressalva da Emenda nº 01 a ele aposta que, logo após, foi aprovada. Em EXPLICAÇÃO PESSOAL, o Vereador Adeli Sell criticou a aprovação em primeiro turno, pela Assembléia Legislativa, da Emenda à Constituição Estadual que determina a extinção da Caixa Econômica Estadual. O Vereador João Motta relatou seu comparecimento à Sessão  da  Assembléia  Legislativa  que  deliberou <D>pela extinção da Caixa Econômica Estadual, abordando a política do Governo Federal de fechamento dos bancos públicos e sua relação com o administração do Governador Antônio Britto. O Vereador Cláudio Sebenelo falou sobre a situação administrativa <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>do Grupo Hospitalar Conceição, discorrendo também sobre a situação hoje enfrentada pelos médicos concursados da Prefeitura Municipal, face aos salários recebidos por essa categoria, cujo valor encontra-se abaixo da tabela divulgada pelo Plano Nacional de Saúde. O Vereador José Valdir convidou a todos para a Marcha pelo Direito à Moradia, marcada para o dia dezesseis de maio do corrente, promovida pelos ocupantes do Conjunto Habitacional Parque dos Maias. Ainda, registrou estar sendo formado um núcleo nativista dentro do Partido dos Trabalhadores, o qual buscará a discussão da complexidade e importância da cultura gaúcha para a história rio-grandense. O Vereador Juarez Pinheiro reportou-se a denúncias efetuadas anteriormente, acerca de médico indiciado por fraudes no Grupo Hospitalar Conceição, congratulando-se com os Vereadores Cláudio Sebenelo e Fernando Záchia pela rapidez com que foram tomadas medidas a respeito das mesmas. Parabenizou-se com o Grêmio Futebol Porto-Alegrense, pela vitória no jogo realizado ontem, contra o Corinthians Paulista. Ainda, comentou movimento observado junto às Câmaras Municipais gaúchas, contrário às alterações no Sistema Financeiro Estadual, aprovadas ontem pela Assembléia Legislativa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn classificou como lamentável manifestação do Senhor Eliezer Pacheco, do CEPERS-Sindicato, publicada hoje no Jornal Zero Hora, de crítica ao Deputado Estadual João Luiz dos Santos Vargas, discorrendo sobre a trajetória política desse Deputado e declarando ter ela sido marcada pela ética e pela busca do melhor para a comunidade. O Vereador Fernando Záchia declarando ter sido procurado por comissão de moradores do Conjunto Habitacional Parque dos Maias, os quais relataram dificuldades enfrentadas para conseguir da Prefeitura a efetuação da vistoria e concessão da carta de "habite-se" que permita a compra e regulamentação de suas moradias, questionou os motivos pelos quais tal vistoria não vem sendo efetuada pelo Executivo Municipal. O Vereador Cláudio Sebenelo teceu considerações acerca do ensino de terceiro grau no País, comentando avaliação do mesmo efetuada pelo Ministério da Educação e analisando, em especial, os resultados dessa avaliação observados junto aos cursos da área médica. O Vereador Gerson Almeida reportou-se ao pronunciamento do Vereador Fernando Záchia, acerca do Conjunto Habitacional Parque dos Maias, afirmando que esta Casa vem acompanhando esse assunto com o máximo de atenção. Também, divulgou manifesto lançado por organizações ambientalistas gaúchas, intitulado "Como Sustentar o Desenvolvimento de um Estado para Todos?". O Vereador João Dib manifestou sua preocupação com os reflexos no meio ambiente resultantes da construção do complexo hospitalar e habitacional Projeto Hermes, chamando a atenção para a necessidade de análises aprofundadas por parte do Executivo Municipal quanto a <D>construções de grande vulto na Cidade. Após, o Senhor Presidente assinalou a importância do evento "1º Buenos Aires em Porto Alegre", a ocorrer de sete a onze de maio do corrente e registrou as presenças dos Senhores Abel Fatalla, Zorávia Betio l, Inácio da Silva e Edi Morelli. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos às onze horas e trinta e cinco minutos, <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn, Paulo Brum e Guilherme Barbosa e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Guilherme Barbosa. Do que, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR.PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL

                                    

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1490/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 018/97, que dispõe sobre o Plano Plurianual para o quadriênio de 1998/2001 e dá outras providências.

 

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo quem queira discutir, passamos à

 

 

PAUTA

 

 

DISCUSSÃO PRELIMINAR

                 

1ª SESSÃO

 

PROC. 0967/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 040/97, de autoria da Vera. Maria do Rosário, que normatiza o funcionamento dos estacionamentos em lojas, "shopping centers" e supermercados.

 

PROC. 1324/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 075/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que dispõe sobre campanha permanente de incentivo à arborização de ruas, praças e jardins da Cidade e dá outras providências.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1224/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 059/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que dispõe sobre a obrigatoriedade de Curso Superior de Educação Física para os responsáveis pelas Academias de Artes Marciais.

 

PROC. 1266/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 065/97, de autoria do Ver. Eliseu Sabino, que dispõe sobre a construção de um busto em homenagem a Lydia Moschetti.

 

PROC. 1278/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 009/97, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que acrescenta § 5º ao artigo 69 da Lei Complementar nº 07, de 07.12.73, especialmente alterado pelas Leis Complementares nºs 209, de 28.12.89, e 228, de 27.06.90, e dá outras providências. (redução do percentual de multa incidente em Imposto sobre transmissão "inter vivos") 

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2972/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 174/96, de autoria do Ver. Luiz Braz, que inclui artigo na Lei nº 7.023, de 16 de abril de 1992, que denomina Largo Jornalista Glênio Peres o local situado entre o Mercado Público Municipal e a Praça XV de Novembro.

 

PROC. 1325/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 010/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede ao músico Neri Soares Gonçalves o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues.

 

PROC. 1369/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/97, que estabelece o preço mínimo para alienação de terrenos de propriedade do Município no Porto Seco. Urgência.

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra,  o Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, gostaria  de justificar a minha ausência  a partir deste momento para participar do Seminário de "Estratégias  de  Atuação em Câmaras Municipais",  que se realiza na Assembléia Legislativa do Estado. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. João Dib  está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste.  O Ver. Cyro Martini está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. No que concerne à Pauta da Sessão de hoje, chama-me sobremodo a atenção o PLL nº 75/97, pelo qual pretende o Ver. Reginaldo Pujol dispor a respeito de campanha permanente de incentivo à arborização de ruas, praças e jardins da Cidade, através de campanha da participação governamental.  Em suma, esse é o espírito do Projeto. Não há dúvida alguma que se trata de matéria relevante e de extrema importância não só pelo que significa a vegetação em termos de vida, de saúde e ambiente agradável, mas sob o ponto de vista estético e de organização das ruas,  praças,  de modo mais agradável, mais adequado esteticamente.

Outro aspecto que chama a atenção, e com o qual nos identificamos e  nos somamos, é com a colocação de árvores frutíferas em nossas vias públicas. Temos quilômetros de calçadas, de canteiros. Não sei quantos quilômetros nós temos de calçadas e canteiros, mas é uma extensão considerável na Cidade. Usamos essas vias para a plantação de árvores frutíferas, usamos as calçadas e canteiros  para  o plantio de árvores frutíferas? Não usamos.  Acho que temos que batalhar  para utilizar os canteiros e calçadas para o plantio de árvores frutíferas. Obviamente que, com relação às avenidas,  no canteiro central e nas calçadas, nós teríamos algum risco para a segurança, mas nas vias de menor porte isso seria perfeitamente possível. Entendo que deveria ser até mesmo obrigatório. E lembro quando tínhamos árvores frutíferas em abundância  no fundo dos quintais. No Partenon tínhamos peras, bergamotas, romãs, goiaba - essa não poderia faltar de jeito algum, junto com todos os bichos a que tivesse direito - e o que temos hoje? Nada. Claro que o plantio de hortaliças é muito trabalhoso, embora para a saúde seja agradável, não sob o ponto de vista das  condições adequadas da planta, mas sob o ponto de vista  psicológico - o Cel. Pedro Américo Leal sabe muito bem, como professor universitário de Psicologia que é - seria interessante; sob o ponto de vista econômico tem pouca significação. Mas as frutas nós deveríamos ter especialmente nas vias públicas. Quantos locais já têm hoje árvores frutíferas? Em alguns até dá para entender que o plantio foi deliberado. E não há, como em outros tempos, o vandalismo, a destruição; o pessoal respeita, pois já tem outra cultura, outra noção sobre o plantio.

O Ver. Reginaldo Pujol merece todo o elogio sobre essa proposta. Entretanto, há uma com a qual ele pretende aniquilar com uma categoria profissional, que é a dos ferros-velhos.  Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Carlos Garcia está com a palavra. Desiste. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, está na Pauta de hoje a discussão do Plano Plurianual para a Cidade de Porto Alegre. Para aqueles colegas Vereadores que têm levantado preocupações de que aqui não se discutem questões da nossa Cidade é um bom momento para que, ao correr da Pauta, discutam-se os problemas relativos aos processos.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, a Pauta especial já esgotou. Estamos na Pauta normal.

 

O SR. ADELI SELL: Então, eu deixo para discutir em outra oportunidade, sem antes deixar de chamar atenção de que este é um debate extremamente importante. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

                

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Motta está com a palavra em período de Pauta.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Vou tecer apenas um comentário sobre o Projeto do Ver. Fernando Záchia que propõe alterações com  relação ao ITBI - Imposto de Transmissão de Bens Imóveis, que passou pelo Município a partir da Constituição de 88,  juntamente com outros impostos.

 Na verdade, chamo a atenção do Plenário para um aspecto da elaboração das leis do Município, que já falei em outra oportunidade, pois se fôssemos pegar todas as leis que nós aprovamos em Porto Alegre, como é o caso da legislação referente à questão tributária do Município, e fôssemos colocar em um gráfico, certamente as regras mais conhecidas, em termos de geometria, talvez não encontrássemos um precedente desse gráfico. Em regra geral, as leis, muitas vezes, não têm uma lógica interna e uma coerência interna. Produzem-se leis, muitas vezes, informados pela demanda e pela pressão social, que as legitima plenamente, mas deveríamos levar em conta alguns aspectos gerais que norteiam e que orientam a elaboração desse conjunto de leis que regem cada tema específico no Município. No caso do ITBI, existe apenas um tratamento diferenciado, ou seja, em que o legislador buscou, a partir de uma demanda social, estabelecer um critério diferenciado de cobrança desse imposto para uma parcela da sociedade. Então, esse tratamento diferenciado diz respeito a cooperativas autogestionárias voltadas para habitação, ou seja, toda cooperativa, Ver. Sebenelo, habitacional de caráter popular, não as cooperativas fantasmas que existem por aí, de empreiteiras, de empresas ou de grupos privados que se utilizam da legislação brasileira - que está em discussão no Congresso - e se encontra, absolutamente, superada. É uma legislação de 20, 30 anos atrás. Essas cooperativas, portanto, têm uma alíquota reduzida de ITBI: 0.5%.  Enfim, a alíquota que é cobrada do contribuinte é superior a 0.5%. Por que o Município e a Câmara há pouco tempo legislaram sobre essa matéria estabelecendo esse tratamento diferenciado como um incentivo? Foi um apoio que o Município resolveu conceder a partir  da pressão social, porque isso reduziu, e em muito, a cobrança desse imposto e o ônus sobre as cooperativas de caráter popular. Inclusive, há uma lei deste Vereador que está sendo discutida aqui e deve ser votada ainda neste semestre. Talvez, quando voltarmos a falar sobre aquele tema, ficará um pouco mais clara para o Plenário a importância de termos cuidado ao estabelecer parâmetros diferenciados no que diz respeito a cada projeto específico. Mas aqui, neste caso, em relação ao ITBI - lamento que o Ver. Fernando Záchia não se encontre no Plenário -, gostaria de registrar que refleti muito sobre a oportunidade de encaminhamentos desse Projeto, porque, se for para beneficiar todo e qualquer contribuinte, eu sou contra. Quero ver as razões que levam um legislador a fazer com que haja uma redução do percentual de multa incidente sobre o ITBI. Quer dizer: se há algum erro, por parte do Município, na cobrança desse percentual da multa sobre esse imposto, temos que debater. Agora, o temor que tenho, Ver. Cláudio Sebenelo, é o de que, se aprovarmos essa lei, estabeleçamos um precedente. Isso implica, completamente, o controle sobre uma legislação que até então, até o presente momento, em Porto Alegre, é uma das legislações mais sérias, porque até agora a legislação não foi permeada por qualquer tipo de iniciativa sem critério e sem uma justificativa mais lógica.

Quero dizer que o Ver. Fernando Záchia pode até ter razão. O percentual de multa pode estar sendo exagerado. Vamos debater. Agora, que isso se resolva pura e simplesmente através de uma lei, eu tenho as minhas dúvidas. Nós podemos estar estabelecendo, enfim, nesta área, uma incoerência, e acho que o Município de Porto Alegre teve,  até agora, e a Câmara, em particular,  maturidade nesse tratamento. Era isso. Muito obrigado.

                        

(Não revisto pelo orador.)          

              

O SR. PRESIDENTE: O  Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, normalmente se lamenta a ausência de um Vereador em Plenário quando se quer ser contra esse Vereador. Hoje, lamento a ausência do Ver. Reginaldo Pujol porque gostaria, numa análise inicial, de elogiar dois Projetos de S.Exa.

 O primeiro, já comentado pelo Ver. Cyro Martini, determina o plantio permanente de árvores na Cidade - e aí não seria novidade - mas inclui nesse plantio, como diria o ex-Vereador Giovani Gregol, indivíduos vegetais frutíferos, que é uma coisa que me parece importante. O plantio é feito permanentemente pela SMAM, há muito tempo. Inclusive, se desenvolveu um processo chamado de plantio comunitário, envolvendo as comunidades, porque ficou constatado que, quando a comunidade participa do processo de plantio ajudando a abrir as valas e, durante um determinado dia,  fazendo uma espécie de festa na comunidade, realizando também o plantio, com as mudas, as guias e o adubo fornecido pela SMAM,  além da orientação no todo, a comunidade cuida muito mais, zela, e  aquela árvore na frente da residência  passa a ser uma árvore quase que só daquele que plantou. Então, o índice de perda é muitíssimo menor do que se só a Secretaria fizesse o plantio. Isso é realizado. Mas  entendo que a proposta do Ver. Pujol amplia isso,  propondo, também, o plantio de árvores frutíferas. É evidente que temos que escutar a SMAM  sobre as possibilidades técnicas, inclusive,  de se fazer isso, mas tenho grande simpatia por esse Projeto.

 O outro entra numa área que o Ver. Carlos Garcia conhece bem, ao exigir a presença de profissionais da área da Educação Física para a responsabilidade técnica de academias e outros estabelecimentos que trabalhem com exercícios físicos. Assim como o remédio, na dose certa, cura a doença e recupera a saúde do cidadão - estou entrando em uma área perigosa, mas ouso dizer isto -,  também o exercício físico mal - aplicado e mal - orientado pode aumentar as seqüelas que algumas pessoas, por acaso, tenham. Por exemplo: um desvio de coluna -  um exercício pode piorar isso ao invés de melhorar. Também pode, inclusive, trazer seqüelas às pessoas que não tinham problemas de saúde, quer seja uma patologia leve ou grave. Por exemplo: um cardíaco que entrar em um processo de exercício muito violento pode ter o agravamento daquele leve problema ou poderá ter aumentados seus anteriores problemas cardíacos e outras coisas mais. Portanto, parece-me um projeto que cuida da saúde pública ao exigir a responsabilidade de um profissional nesses estabelecimentos de exercícios físicos.

Quero registrar que ainda não tive a oportunidade de realizar uma análise mais profunda, mas que, num rápido estudo, à primeira vista, acho importante dizer que o Projeto do Ver. Reginaldo Pujol...  os dois Projetos são importantes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, tenho aqui em mãos o Projeto do Ver. Reginaldo Pujol.  Acho que existe lei, se não me equivoco, do Ver. Luiz Braz, que trata do problema. A Diretoria Legislativa poderia, talvez, fazer uma retificação.

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos fazer a verificação, Ver. João Dib.

A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu inscrevi-me para debater um Projeto de Lei de minha autoria, que normatiza o funcionamento dos estacionamentos em lojas, “shoppings” e supermercados. Este Projeto ingressou na Casa em 17 de março deste ano com base no anúncio da cobrança de estacionamento no Shopping Praia de Belas. Eu já estou trabalhando com elementos e, com satisfação, estou vendo que há um recuo, por parte daquele empreendimento, do início da cobrança de estacionamento.

Eu considero um abuso que se inicie esse processo, uma vez que o consumidor tem o direito de estacionamento dentro de supermercados e “shoppings”. Isso é um diferencial entre esses estabelecimentos e os demais no sentido, inclusive, da captação de consumidores.

Considerando o regime urbanístico, quando se instala, na Cidade, um empreendimento desse porte, é previsto que seja apresentado, para a sua localização e para a sua conformação, um número “x” de vagas para estacionamento justamente para poupar a Cidade como um todo, pelo afluxo de carros e pessoas, de uma sobrecarga superior à sua capacidade.

Aqui nós temos um “shopping” muito bem localizado, próximo ao rio Guaíba, entre as Avenidas Borges de Medeiros, Praia de Belas e Ipiranga. Certamente, se tivermos a cobrança de taxas dentro do “shopping”, diferente do que foi determinado num momento inicial, nós teremos uma mudança de regras na relação com o consumidor e teremos um impacto ambiental, sem sombra de dúvida, no entorno. O bairro Menino Deus será penalizado, teremos engarrafamento nas vias de acesso e  o pequeno estacionamento do parque Marinha do Brasil ficará em situação bastante difícil. No Praia de Belas, 250 mil veículos estacionam por mês, e há 1.500 vagas no subsolo e no terraço. Isso significa um número muito grande de veículos. Pela fila - já está sendo denunciado pelos próprios consumidores, em função  também dos valores que serão pagos - , procurariam priorizar os espaços no entorno. Está trazendo prejuízos, inclusive, para os pequenos comerciantes e moradores de um bairro que é residencial como o bairro Menino Deus.

 Acho que estamos chegando a um nível de sensibilidade pelos empresários que dirigem o Shopping Praia de Belas.

 Muitos Vereadores poderão questionar-me sobre a legalidade da matéria, sobre a possibilidade de nós, Vereadores, nos determinarmos a tratar dessa questão. No entanto, estou-me baseando na legislação municipal, quando diz que nós devemos legislar sobre matéria do interesse do Município. Parece que um empreendimento de tal porte não diz respeito somente à iniciativa privada, mas diz respeito também ao interesse dos munícipes e deve estar, como esteve até este momento, adequado à condição de vida da Cidade e à condição de deslocamento  das pessoas até esse lugar.

De outro lado, Ver. João Dib, estou preocupada com o efeito cascata.  Se um “shopping” utilizar, outro utilizar, como os consumidores poderão ver o diferencial? E esta é a experiência do Rio de Janeiro. Na verdade, Srs. Vereadores, não tenho nenhuma arrogância e procuro dizer as coisas como elas são. Busquei a legislação do Rio de Janeiro, que foi aprovada e que está em vigor naquela Cidade, sobre matéria pertinente.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte?  (Assentimento da oradora.) Uma inteligente observação de V. Exa. na Exposição de Motivos já define tudo: afinal, a oferta do estacionamento é exatamente o elemento diferencial da estratégia de “marketing” dessas entidades, visando influenciar a decisão e a preferência dos consumidores no exercício de sua propensão a consumir.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Se nós formos liberais em relação a essa questão, não teremos diferencial, porque um estabelecimento colocando, estaremos abrindo as portas para que todos os estabelecimentos venham a colocar. O consumidor não terá esse elemento diferencial. Voltarei a debater a questão nas próximas Sessões. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Srs. Vereadores, vamos suspender a Sessão por alguns minutos, visto que o Presidente do Legislativo está recebendo o Sr. Abel Fatalla, Presidente da Comissão de Cultura do Conselho Deliberante de Buenos Aires, integrante da Comitiva que participa do evento cultural “I Buenos Aires em Porto Alegre”, que está em visita a esta Casa, no momento, dirigindo-se para este Plenário.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 09h37min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 09h39min): Estão reabertos os trabalhos. É com muita satisfação que estamos recebendo aqui, no dia de hoje, a visita de um companheiro, poderemos dizer assim, da área de ação política do Cone Sul, Sr. Abel Fatalla, Presidente da Comissão de Cultura do Conselho Deliberante de Buenos Aires. Ele integra a comitiva que participa do evento cultural “I Buenos Aires em Porto Alegre”. Ele nos dá a honra da sua visita neste momento. Nós vamos interromper, conforme estava previsto, a Sessão para recebê-lo. Vamos usar rapidamente a palavra para saudá-lo em nome da Casa. Ele também fará um pronunciamento e, logo em seguida, nós vamos levá-lo a visitar os nossos ambientes, conhecer as nossas peculiaridades; e ele se coloca, também, desde já,  à disposição para conversar com as Lideranças e trocar idéias sobre o Parlamento de Porto Alegre.

Pedimos ao Ver. Isaac Ainhorn que assuma a presidência dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra para uma saudação.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós temos tido a satisfação de receber nesta Casa figuras ilustres, personalidades da política e de outros setores da atividade do nosso País. Mas, seguramente, pelo que já tive oportunidade de conhecer,  junto com o Ver. Eliseu Sabino, com o Ver. Pedro Américo Leal, na visita que fizemos num II Porto Alegre em Buenos Aires,  há um mês e meio, pelo que conheci naquela Cidade, a personalidade que hoje nos visita se reveste de excepcional qualidade que nos dá uma honra intensa, porque ele representa todo um processo que nós aqui buscamos e eles, na Argentina, o nosso vizinho maior do Cone Sul, também buscam.

Como membro da Junta Deliberante de Buenos Aires, que equivale a nossa Câmara de Vereadores, e Presidente da Comissão de Cultura do Conselho, nos mostrou inúmeras realizações que estão sendo feitas, estão-se viabilizando a partir de algum tempo na Argentina.

 Como todos nós sabemos, os nossos países sofrem políticas muito semelhantes, políticas que vêm se desenhando nos últimos tempos - e, quem sabe, durante todo o tempo, desde o descobrimento da nossa América -, políticas que desafiam os nossos países da América do Sul, o chamado terceiro mundo, a uma reflexão, a uma busca e um trabalho comum entre os nossos povos. Aqui nesta Casa, independente da posição ideológica dos nossos partidos que estão aqui, independente das nossas contradições... E nós consideramos que é no contraditório  que conseguimos progredir no processo democrático,  porque somos daqueles que entendem que o mundo de hoje é um mundo complexo, plural, e é esse pluralismo, colocado com transparência, com discussão, que faz com que se evolua na discussão das questões importantes da nossa população.  Por isso nos sentimos honrados com a visita do companheiro Abel Fatalla. Estamos trabalhando no mesmo rumo. Este momento em que Porto Alegre recebe os artistas, os intelectuais, os políticos, os representantes da administração de Buenos Aires,  no I Buenos Aires  em Porto Alegre, é muito significativo para nós.

O Sr. Abel, ao conversar há pouco comigo, disse-me que é a primeira vez que visita Porto Alegre. Veio ao Brasil várias vezes, e é um homem muito viajado, mas em Porto Alegre não havia estado. Isso nos mostra a importância desse evento. Precisávamos de movimentos como esse.  Sou suspeito em dizer que temos que elogiar a Administração Municipal, porque pertenço  a essa administração, mas elogio, porque essa atividade busca o entrosamento entre as populações do Cone Sul - Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai e outros países -,  essa busca em tempos de MERCOSUL,  onde nós assistimos praticamente de fora as questões colocadas pelos nossos governos federais e começamos a tomar consciência de que nós é que temos de viabilizar um outro tipo de MERCOSUL, não só  o mercantilista,  não só o dos capitais, mas o MERCOSUL da humanização, da integração, da solidariedade entre os povos, da qualidade de vida, do progresso na cultura, na ciência, em todos os ramos da atividade humana. É por isso que novamente dizemos que sejas bem-vindo, Abel Fatalla, que venhas mais seguido nos visitar, assim como seus companheiros, os argentinos. Tudo o que está sendo feito no I Buenos Aires em Porto Alegre significa o início de um novo processo em que nós, da América Latina, habitantes do Brasil, da Argentina e de outros países, que sempre estivemos de costas para nós mesmos, hoje estamos voltando o nosso olhar para os nossos vizinhos, para os nossos irmãos, que têm as mesmas questões, que têm os mesmos problemas, que sofrem a mesma segregação econômica do grande capital multinacional. Hoje, vemos esta perspectiva de nos unirmos para enfrentar aqueles que estão acima da linha do Equador. Não é um enfrentamento do ponto de vista pejorativo, mas é um enfrentamento do ponto de vista de mostrar que nós temos dignidade, que nós somos um povo que tem história e que vai crescer altivo, forte e com saúde. E esta saúde é muito importante no sentido de uma saúde ecopolítica. E vejo o nosso colega Ver. Pedro Américo Leal, o nosso colega Eliseu Sabino, que estiveram conosco representando a Câmara em Buenos Aires, fazerem um sinal positivo ao que estou falando, porque eles, seguramente, gostariam de estar aqui, no meu lugar, para não só saudá-lo, dizer das boas-vindas, mas também para dizer que foi muito boa a recepção que tivemos  lá.

 Por outro lado, uma declaração do "Consejale" Abel Fatalla é interessante para nós: que foi tal o nível de informação que nós de Porto Alegre, Administração Popular, representantes da Câmara,  levamos a Buenos Aires,  que ele, que nunca tinha vindo a Porto Alegre,  ao conhecer todos os nossos documentos, mapas, documentos entregues pela Prefeitura - e  nós também conhecemos propostas e documentos dos artistas que lá estiveram -, disse que, quando chegou aqui, parecia que já conhecia Porto Alegre. Esse nível de informação é fundamental. Por isso, seja bem-vindo e esteja conosco. Depois poderemos abrir conversações com as Bancadas para qualquer esclarecimento e troca de opiniões. A Câmara de Porto Alegre sente-se honrada em recebê-lo. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Está com a palavra o Sr. Abel Fatalla.

 

O SR. ABEL FATALLA:  Vou falar o mais breve possível pois tenho problemas nas cordas vocais. Manifesto o imenso prazer que tenho de poder conversar com vocês e estar aqui indicado para ocupar este espaço importante que ocupamos junto a Montevidéu e outras cidades do MERCOSUL. Como dizia o Sr. Presidente desta Câmara, este ano é o II  Porto Alegre em  Buenos Aires e é o I Buenos Aires em Porto Alegre. Vocês estão ganhando - dois a um. Vamos ver se poderemos, em algum momento, empatar.

 Este é um ato muito importante porque,  nas duas visitas que Porto Alegre fez a Buenos Aires, com a delegação tanto cultural quanto política, tivemos a possibilidade de ter contato com o material produzido  pelo governo municipal de Porto Alegre, e, como bem dizia o Sr. Presidente, na primeira vez que chegamos a Porto Alegre, para poder percorrê-la e conhecer intimamente  muitos dos espaços urbanos, este material que vocês nos deram nos facilitou em Buenos Aires, fazendo como se nós já estivéssemos estado aqui, justamente em Porto Alegre. Isso é muito importante, levando em conta algumas concepções do ponto de vista urbanístico. Em geral, há alguns urbanistas que falam da competição entre cidades de uma mesma região. Creio que o que se está fazendo hoje com Porto Alegre em Buenos Aires e Buenos Aires em Porto Alegre é tratar de buscar uma forma de relação que rompa com esse esquema competitivo e para que passemos a trabalhar como com outras cidades do MERCOSUL, num esquema de complementação, porque acredito que, se somos capazes de desenvolver as potencialidades que Buenos Aires tem e que Porto Alegre tem, vamos encontrar pontos complementares que juntos podemos aproveitar, como deveria ser feita, também, uma interação com outras cidades, como Montevidéu.

 Creio que estamos em condições de criar um feito muito importante dentro do MERCOSUL para que esta projeção que podemos chegar a ter também se projete a outros lugares do mundo. Creio que estamos vivendo - todos estamos conscientes disso - em um mundo altamente globalizado, mas  acredito que, dentro dessa globalização, que de alguma maneira nos obriga, do ponto de vista econômico, a dar-lhe um certo perfil, linhas e diretrizes do MERCOSUL, não podemos perder de vista algo muito importante, que também assinalou o Sr. Presidente, que é a integração cultural, a integração histórica e a integração que, do ponto de vista político, teremos que produzir na região. Por que solicito isso? Quando chegamos a Porto Alegre tivemos uma visão que, de alguma maneira, nos transmitiram as distintas delegações que estiveram em Buenos Aires e que puderam brindar-nos. Mas estando aqui... E muitos não se dão conta de que muito da tradição cultural que existe na Argentina está fortemente vinculada ao sul do Brasil. E  falar do  sul do Brasil é falar justamente de Porto Alegre. Quando falamos dos gaúchos, quando falamos da relação que existe, por exemplo, da Cidade com o rio Guaíba - nós também temos outro rio,  que é o rio da Prata -, então, existe muita semelhança do ponto de vista cultural. E temos que reconhecer que vocês estão nos ganhando, porque o aproveitamento que vocês estão fazendo do espaço que existe em frente ao rio não é o mesmo que estamos fazendo em Buenos Aires com o rio da Prata. Nós temos tido não somente a desgraça do que os processos militares tenham feito, mas, também,  uma intensa privatização de muitos espaços públicos com essa idéia que lamentavelmente têm, justamente, esses governos ditatoriais, de ocupar todos os espaços que de alguma maneira se encontram vazios, porque “espaços vazios” é sinônimo de que possam ser ocupados por gente e que a gente se agrupe, se junte, o que  implica, digamos, processo de diálogo e de discussão, que fazem o aprofundamento das relações humanas. E, neste caso, nós tivemos - e estamos tendo atualmente - uma costa totalmente privatizada, coisa que vocês não têm. Temos que aprender muito do processo histórico que vocês têm do ponto de vista urbanístico.

Sr. Presidente, agradeço muito a oportunidade que me foi oferecida  de tomar contato com esta Casa. Creio que, em função dessa missão de complementaridade Porto Alegre com Buenos Aires e Buenos Aires com Porto Alegre, temos que trabalhar tendo como base o essencial de um acordo dessa característica, que é a potencialidade que temos que gerar juntos para lograrmos que nossos povos sejam  muito mais felizes do que realmente hoje são e terminar com a penúria que estamos passando e que poderá ser solucionada em conjunto, na luta comum de fazermos com que, de alguma maneira, a globalização, os grandes interesses e os grandes capitais tratem de fazer chegar o que é o benefício para os nossos povos.

Muitíssimo obrigado, Sr. Presidente, e a todas as Bancadas que tiveram a amabilidade de ouvir este Conselheiro da Cidade de Buenos Aires, uma cidade irmã que, de alguma maneira, lhes agradece a possibilidade que nos abriram de poder entrar em contato com vocês. Muito obrigado.

   

  (Não revisto pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE: Temos a satisfação de anunciar a presença do Sr. João Ferrer,  que representa a CCD, acompanhando o nosso visitante.

O Ver. Gerson Almeida, Líder da Bancada do PT, está com a palavra.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Sr. Secretário, queria saudar, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores nesta Casa, o nosso visitante Abel Fatalla, Presidente da Comissão de Cultura do Conselho Deliberante de Buenos Aires. É uma satisfação recebê-lo, especialmente sabendo da sua condição de dirigente político importante em Buenos Aires, na Argentina, da Frente Grande que comunga com o PT nos vários ideais políticos, especialmente na luta contra a exclusão social e neoliberalismo. Quero fazer, em nome da Bancada, esta saudação, desejando que nós continuemos estreitando cada vez mais os laços fraternos entre  os povos do Rio Grande, do Brasil e da Argentina e, particularmente, na luta social contra esse regime de exclusão social que tem grassado, infelizmente, no Cone Sul deste hemisfério. Parabéns, boa estada na Cidade de Porto Alegre.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ELISEU SABINO: Nós queríamos aproveitar este momento para cumprimentar o Sr. Abel Fatalla. Tivemos o prazer de estar juntos conhecendo Buenos Aires de perto. Eu creio que o nosso Presidente foi muito feliz nas colocações de cumprimentos ao nosso Abel por sua visita. Neste I Porto Alegre em Buenos Aires, eu acredito que vai haver a possibilidade de troca de experiências porque os laços se estreitaram. Aprendemos coisas maravilhosas, como já foi destacado pelo nosso Presidente, com relação à fraternidade, à integração do nosso povo gaúcho e porto-alegrense com Buenos Aires. Uma das coisas que nos chamou muito a atenção foi  a  maneira carinhosa com que o povo de Buenos Aires nos recebeu, com fraternidade e intimidade, onde  parecíamos irmãos, parentes, amigos de muitos anos. Nós, da Bancada do PDT, ficamos  muito felizes em recebê-los.  Esta visita é de  um valor muito especial para todos nós. Nós os cumprimentamos nesta oportunidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR.  PRESIDENTE:  O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Amigo Abel Fatalla, esta palavra amigo é conquistada. É muito difícil conquistar o balançar alegre do rabo de um cão; pode-se comprar um cão, mas não se compra este movimento do rabo dele. É uma grande oportunidade que temos de saudá-lo e agradecer-lhe pela nobreza com que fomos recebidos em Buenos Aires. Isso nos cativou. Além de todo o aparato oficial que esse episódio teve neste Porto Alegre  em Buenos Aires e,  agora,  Buenos Aires em Porto Alegre,  evocamos aquele momento que passamos  juntos e, por isso,  nos tornamos amigos em pouco tempo, porque, na verdade, não se pode dizer que o fator tempo  seja significativo em número de minutos para fazer uma pessoa amiga. Então, V. Exa.,  através da sua nobreza e  companheirismo,  mostrou-nos a austeridade de Buenos Aires. Buenos Aires é uma cidade austera.  Nós invejamos  e tocamos nisso aqui: Buenos Aires toda iluminada à noite, madrugada a dentro, cafés abertos. Isso é um desafio até para Nova Iorque, Londres, Paris. Buenos Aires sustenta, na América do Sul, uma personalidade de primeiro mundo, com todos os seus contrastes. Cabe a mim fazer a saudação mais emocional, porque o nosso  Presidente fez todo o aparato  oficial.  V. Exa. leve daqui essa conquista  que fez.  Buenos e V. Exa. conquistaram amigos e, então,  cumpriram  a missão.  Foi, na verdade, realizada  a grande  tarefa desta jornada em que  saíram daqui gaúchos que não sabiam o que iria acontecer em Buenos Aires, nem como iriam ser recebidos e saíram deslumbrados com a recepção que receberam. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Pela Bancada do PDT  fala o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Senhor "concejal": acreditamos que o Presidente da Casa já tenha expressado o sentimento dos trinta e três Vereadores em relação a essa integração real que passa a acontecer - cultural, social, política - em relação a essas duas grandes cidades. Acredito que os colegas que me antecederam foram muito felizes em suas manifestações, sobretudo de parte do Ver. Pedro Américo Leal, que, com a sua maneira franca e leal de se expressar, conseguiu com muito sentimento, dizer coisas que nos calam profundamente. Acredito que  o Senhor levará consigo, na sua memória, nos seus sentimentos, o que aconteceu hoje pela manhã nessa Casa. É evidente que, por sua tradição cultural, política, temos muito que aprender com Buenos Aires, porque nós sempre tivemos uma relação muito próxima, sobretudo nós gaúchos e rio-grandenses, até porque temos o mesmo perfil de formação, de atuação, o que nos dá uma proximidade muito grande. Por isso tudo, recebê-lo no dia de hoje, como expressão e sentimento desse processo de integração que se realiza entre Porto Alegre e Buenos Aires, aqui em nossa Cidade, significa podermos acompanhar   algumas das melhores e mais qualificadas manifestações da expressão artística da Cidade de Buenos Aires, o que é uma conquista para todos nós.

O sonho de todo porto-alegrense é ir  o maior número de vezes possível a Buenos Aires, até porque Buenos Aires  proporciona  estar  a uma pequena distância de viver um clima cultural  de primeiro mundo, como disse o Ver. Pedro Américo Leal, e que eu não vou dizer europeu, porque nós também temos, com as nossas raízes, nossa cultura, nossas experiências, muito a dar aos chamados países de primeiro mundo. Por essa razão, o que está acontecendo hoje, aqui, é extremamente importante sob todos os aspectos, e a sua visita guarda para todos nós uma representação e uma simbologia de grande significado. A nossa integração se aproxima cada vez mais. Agora mesmo, ao final da obra da ponte que liga São Borja a São Tomé, nós teremos mais um caminho para nos dirigirmos a Buenos Aires. Também teremos essa ampliação junto ao Pacífico; da ligação pelo norte: Rio Grande do Sul, Brasil, Argentina, Antofagasta, oceano Pacífico.

Nossos cumprimentos e nossa saudação emocionada a V. Exa. que, carinhosamente,  nos visita na manhã de hoje. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Quero dizer, mais uma vez, que é importante esta visita. Ficou gravada para nós como um marco. Há poucos dias, estiveram aqui o colega Raul Fernandez e um assessor. Eles falaram neste Plenário e visitaram toda a Casa. Hoje, está aqui o companheiro Abel Fatalla. Neste caso, está dois a um para a Argentina, porque nós só fomos uma vez ao Parlamento daquele país. E estamos também torcendo para "Buenos Aires 2004", porque nós fomos eliminados e não tem outra razão a não ser defendermos Buenos Aires. Para nós é motivo de orgulho que o evento seja na América do Sul e que seja próximo daqui. Seja bem-vindo e até a próxima visita, que, temos certeza, realizar-se-á.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 10h10min.)

                                                                                     

O SR. PRESIDENTE (às 10h14min): Reabrimos a Sessão. Registramos a presença do Vice-Prefeito de Blumenau, Santa Catarina, Sr. Inácio Mafra, do PPS.

Havendo quórum, passamos à

ORDEM DO DIA

 

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2233/96  - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 142/96, de autoria do Ver. Paulo Brum, que autoriza a colocar cadeira de rodas em escolas e prédios públicos. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres               

- da CCJ. Relator Ver. Cyro Martini: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;     

- da CECE. Relator Ver. Carlos Garcia: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da COSMAM. Relatora Vera. Sônia Santos: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Barbosa): Em discussão o PLL nº 142/96. Não havendo inscritos para discutir, passamos para os encaminhamentos.

 O Ver. Paulo Brum está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, só para esclarecer a questão da Emenda nº 1. Na verdade, a Emenda veio caracterizar a intenção do nosso Projeto, que autoriza a colocação de cadeira de rodas em escolas e prédios públicos. E esse termo “prédios públicos” ficou malcolocado, e, com a Emenda nº 1, nós resgatamos a nossa idéia inicial, que era apenas a de colocar cadeira de rodas nas escolas municipais para facilitar a vida das pessoas portadoras de deficiências físicas. Se fosse colocado “em prédios públicos”, descaracterizaria o Projeto,  e nós, também, temos a consciência de que seria praticamente impossível. Por isso, pedimos aos nobres pares a aprovação para que seja colocada uma cadeira de rodas apenas nas escolas públicas municipais.

Chegou ao nosso gabinete uma solicitação de mães que se sentiam prejudicadas, porque  as próprias kombis escolares estavam, no momento, recusando-se a transportar os passageiros com cadeiras de rodas pelo desconforto causado, alegado pelos próprios condutores. E assim muitas mães carregavam os seus filhos no colo até as escolas. Achamos que, se houver uma cadeira de rodas nas escolas municipais, com certeza vai facilitar a vida dessas mães. E, em outros casos, existem aqueles deficientes físicos não-permanentes que, brincando em alguma escola, fraturam uma perna, ou coisa parecida, e temos a consciência de que essa cadeira de rodas muito facilitaria as suas vidas. Por isso peço seja aprovado este Projeto.  Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra e encaminha pela Bancada do PT.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Na verdade,  fui instado por meus colegas  de Bancada para fazer, aqui, a nossa apreciação sobre o Projeto de autoria do nobre Ver. Paulo Brum que, aliás, tem se notabilizado, representando um segmento importantíssimo da sociedade, para pessoas que, por motivos dos mais diversos, estão  privadas de algumas funções físicas, as quais ele representa  nesta Casa com o brilho, com a clareza e com a sensibilidade do seu trabalho. Vamos votar favoravelmente ao Projeto do Ver. Paulo Brum, apenas fazendo uma observação e salientando que, embora ele tenha recebido parecer favorável  na CCJ, nós, apenas por questões de ordem técnica, votamos contrariamente. Mesmo sendo um projeto de lei autorizativo -  essa discussão tem  sido feita exaustivamente nesta Casa e  há acórdãos do STF  no sentido de que o projeto de lei autorizativo, no que tange à competência para iniciá-lo, precisa respeitar as mesmas condições constitucionais dos demais projetos -,  queremos dizer que encaminhamos favoravelmente, lógico que sem o compromisso da Bancada no sentido da forma como ele será verificado pelo Poder Executivo, como é constitucional e é óbvio. Há possibilidade de que seja aperfeiçoado, há possibilidade de que o  Executivo  acolha a idéia tão importante do Ver. Paulo Brum. E é isso que ele busca, não o patrocínio do Projeto, mas que essa medida  tão importante venha a ser implementada na Cidade de Porto Alegre. Com  esses Militantes, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, nesta Casa, vota favorável ao Projeto do Ver. Paulo Brum. Sou grato.

 

(Não revisto pelo orador.)

                               

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, gostaríamos,  mais uma vez, de parabenizar o Ver. Paulo Brum por essa iniciativa. O Ver. Juarez Pinheiro, com toda a propriedade, colocou que essa  preocupação é constante e  V.Exa., Ver. Paulo Brum, é o representante e faz com que a população, cada vez mais, se conscientize de uma situação real em nossa Cidade e no mundo, que é a questão dos deficientes. No momento em que o Projeto é autorizativo,  penso que ele tem muito mais a crescer, porque o próprio Executivo vai ter que tentar viabilizar da melhor maneira possível. Talvez cada escola tenha que vislumbrar o número de alunos e ofereça a cada um. Então, acho que tem grande mérito, primeiro pela iniciativa e, em segundo momento, por oportunizar ao Executivo uma ampla  discussão interna, porque essa realidade existe em todas as suas escolas. Portanto, nós, do Partido Socialista Brasileiro, somos amplamente favoráveis a esse Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu sempre tenho restrições a projetos autorizativos não por serem, evidentemente, autorizativos, mas é que nós, Vereadores, temos que nos ater aos nossos limites e sabermos que não temos esse poder de fazer um projeto, desde que não seja autorizativo. O que eu temo é que esse Projeto autorizativo vá ao Executivo Municipal e lá não ande, se limite à inconstitucionalidade do Projeto e seja vetado pelo Prefeito, e nós, evidentemente, vamos ter que acatar o veto, porque é uma questão constitucional - não temos esse poder, não temos esse direito. A Bancada do PT,  muito honestamente, encaminhava aqui favorável ao Projeto, mas deixando bastante claro que não tinham o compromisso de  lá, no Executivo, fazer com que ele não obedecesse à Constituição Municipal. Então, praticamente, já vemos que vamos aprovar, vamos trabalhar, e será vetado e depois voltará para cá. É uma tendência, Ver. Juarez Pinheiro. Não podemos fazer essa afirmação, e é por isso até que eu cumprimento a Bancada do PT, que foi muito honesta, que poderia fazer aqui um jogo de cena, aprovar e empurrar a coisa. Deixou bastante claro que é importante para a comunidade. O Ver. Carlos Garcia tem razão: acho importante a conscientização das pessoas em relação às dificuldades dos deficientes físicos, só que tem que haver, Ver. Paulo Brum - inclusive V.Exa.. tem legislado bastante nesta área -, uma conscientização não somente da comunidade, mas dos poderes públicos (municipais, estaduais e federais) para que não seja necessário que nós, legisladores, fiquemos restritos aos projetos autorizativos, porque, se houvesse essas ações de todos os Poderes, tiraria de nós a necessidade de fazermos um projeto não tendo a certeza da sua aprovação ou do seu cumprimento. A conscientização da comunidade é uma tendência, mas os órgãos públicos têm, também, que despertar para isso. É necessário que os órgãos públicos, nos seus projetos de construção, obedeçam regras para dar uma melhor condição de locomoção aos deficientes físicos e que, internamente, haja, também, condições para que eles possam ser acolhidos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra. Fala pelo PSDB.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu endosso e apóio, integralmente, as palavras do Ver. Fernando Záchia. A sociedade como um todo sofre de um profundo complexo de culpa em relação ao deficiente físico e aos discriminados em geral: a mulher, o negro, o homossexual. Mais do que discriminados, sempre foram perseguidos. E nós, ao invés de aliviar o problema do deficiente físico, agravamos o problema. Esse agravamento vem de uma falta psicossocial de entendimento do que representa para o ser humano a sua deficiência, mas, muito mais do que isso, do entendimento de que o ser humano tem capacidade, tem força, tem energia para superar suas deficiências. É um absurdo a omissão da sociedade com relação ao fenômeno social de entendimento do papel que o deficiente físico pode, publicamente, exercer junto à sociedade, não só resgatando a sua possibilidade de produção, mas a sua possibilidade de viver intensamente, de relacionar-se intensamente e, mais do que isso, de inserir-se numa sociedade onde ele é banido muito mais pela nossa omissão, por não conseguirmos conviver com nossas mazelas sociais, do que propriamente uma omissão por fenômeno de ordem pessoal. Acho que é um fenômeno social e acho que o Ver. Fernando Záchia tocou no fulcro da questão, isto é, ou passamos por uma campanha de conscientização do problema do deficiente físico, ou vamos cometer, permanentemente, esse erro de atuar apenas na causa e não no seu efeito, minorar apenas um tipo de problema.

 Quero dizer-lhe, Ver. Paulo Brum, que a Bancada do PSDB vai-se posicionar totalmente favorável a esse Projeto, entendendo que muitas vezes o ônus que nós, legisladores, temos em relação a esse tipo de problema, indiscutivelmente,  pode ser resolvido, inclusive eliminado por um entendimento globalizado deste tipo de situação.

Acho que V. Exa., aqui na Casa, não só representa autenticamente, legitimamente o problema do deficiente físico, mas é um batalhador dessa causa e tem, em cada um de nós, não só um associado, mas uma solidariedade que engrandece a espécie humana.  Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais quem queira encaminhar, passamos à votação do PLL 142/96. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados (Pausa.). APROVADO  por unanimidade.

Em votação a Emenda nº 1.  Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados (Pausa.)  APROVADA  por unanimidade.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Não há Requerimentos apresentados à Mesa.

 

EXPLICAÇÃO PESSOAL

 

O Ver. Carlos Garcia está com a palavra.  Desiste.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje acredito que ainda o Rio Grande do Sul se pergunta o que aconteceu esta semana na Assembléia Legislativa. Nós estamos aqui, numa sessão plenária, mas tivemos o acompanhamento e o olhar atento do Ver. João Motta na Assembléia Legislativa quando, infelizmente, trinta e quatro Deputados Estaduais viraram as costas para os reclamos do povo do Rio Grande do Sul. Era visível, na sociedade, o empenho das pessoas para a manutenção da Caixa Econômica Estadual. Eu, como Vereador, e junto com vários Vereadores desta Casa, estivemos empenhados para que não houvesse a fusão da Caixa Econômica Estadual com o BANRISUL, porque acreditávamos - e ainda acreditamos - que a Caixa Econômica Estadual tinha uma função fundamental para financiar habitação. Ela tinha uma função essencial para que o pequeno poupador tivesse ali a sua conta corrente, o que hoje lhe é impedido, pela prática dos outros bancos, particularmente os bancos privados.

Venho aqui para dizer que eu, como Vereador, continuo empenhado, com os funcionários da Caixa Econômica Estadual, através do SINDICAIXA, e hoje a imprensa da Capital ainda mostra resistência e vai tentar, de todas as maneiras possíveis, impedir que o ato decidido na Assembléia Legislativa tenha validade. Há questionamentos jurídicos e quero dizer que me colocarei sempre ao lado dos funcionários da Caixa Econômica Estadual, da população do Rio Grande do Sul, que não aceita, de maneira nenhuma, o que aconteceu na Assembléia Legislativa do Estado. Pior do que isso, as páginas da imprensa colocam, clara e inequivocadamente, que houve negociações de votos, houve pressões, que não podem ser aceitas por nós, porque acho que as pessoas devem ter opinião pessoal e não podem ser pressionadas por gestões político - eleitorais, principalmente a do ano que vem. Acho lastimável que na política do Rio Grande do Sul nós tenhamos assistido, nesta semana, na Assembléia Legislativa do Estado, a este triste e lamentável fato, assim como verificamos também que, no Congresso Nacional,  mais uma vez se desrespeita o povo, mais uma vez se desrespeita a oposição, tanto no Estado quanto em nível nacional, na base da pressão e, eu diria, inclusive, do escárnio, como certos governantes têm pautado sua conduta nesses episódios recentes.

 Portanto, queria deixar registrada a minha indignação, a do povo do Rio Grande do Sul e da nossa Capital com o que aconteceu nesta semana na Assembléia Legislativa com a extinção da Caixa Econômica Estadual, pelo menos nas funções básicas. E não acredito que ela seja transformada num banco de fomento. Se fosse para isso, o Governo do Estado ter-se-ia empenhado com o que fizemos aqui na Câmara, na Comissão Externa do Meridional, para que ele fosse um banco de fomento. Portanto, não há vontade política, não há determinação para que haja fomento da produção no nosso Estado. Eu digo isso com muito pesar, porque acredito que elegemos governos para desenvolver o nosso Estado, e o que aconteceu com a Caixa Econômica Estadual, na minha opinião, é um retrocesso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra. Ausente. Com a palavra o Ver. João Motta.

   

 O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Senhores Vereadores,  somente para esclarecer que na sexta-feira estivemos na Sessão da Assembléia Legislativa do Estado - o Ver. Pedro Américo Leal também lá esteve - que se encerrou às 20h30min, onde acompanhamos a votação do Projeto do Sistema Financeiro. Participamos de uma reunião, após a votação, onde se tirou uma série de encaminhamentos com relação à votação do segundo turno. Essa votação ocorrerá no dia 20. Ontem houve uma série de reuniões na Assembléia - inclusive o “Correio do Povo” informa sobre  essas reuniões - e ficou estabelecido que a Comissão de Assuntos Municipais marcará uma reunião para o dia 20 para que os Municípios que serão envolvidos com essa mudança participem com mais tempo para expor como vai ser o reflexo do fechamento da Caixa Econômica Estadual nesses Municípios e sobre a reorganização do Sistema Financeiro do Estado  em relação a esses Municípios.  Nessas reuniões,  a maioria de prefeitos e vereadores  presentes eram do PPB, porque a maioria dos Municípios que estão sendo atingidos por essa mudança são aqueles onde o PPB ou é força majoritária na Câmara ou é Governo.   Existe uma movimentação, no interior do Estado, com relação a esse projeto, de insatisfação, principalmente pela forma como o Governo conseguiu maioria na medida em que circulou, durante a Sessão, o método de negociação estabelecido pelo Governo estadual sobre os Deputados. No final da Sessão, tive a oportunidade de conversar com Vereadores do Município de Caçapava, entre outros,   onde havia claramente colocado  que nós não estávamos ainda convencidos de que esta decisão estava tomada. Há uma idéia de continuar a mobilização no Estado, a partir das Câmaras, das Prefeituras, para que novamente possamos colocar os Srs. Deputados, principalmente os Deputados que constituem, hoje, a chamada base política de sustentação do Governo - que, aliás, é um termo importante que, em uma outra oportunidade, nós poderemos discutir -, para que esse processo não seja aprovado na forma e nos termos como o Governo está colocando.

Tenho, em minhas mãos, as duas medidas provisórias editadas pelo Governo Federal que, na verdade, fundamentam a ação do Governo Estadual, aqui no Rio Grande do Sul, e que informam os termos dos projetos que estão sendo encaminhados à Emenda Constitucional e, depois, o  Projeto de Lei que notifica a Caixa. Trata-se de uma decisão assumida pelo Governo Estadual. Nós, Vereadores, não entendemos como é que os Deputados de oposição alegam, como alguns alegaram durante a Sessão, que não tinham conhecimento dos termos das duas Medidas Provisórias. Eu não vou, aqui, divulgar os nomes, mas a nossa Assessoria de Bancada passou para dois Deputados do PPB textos das Medidas Provisórias durante a Sessão. Eles pediram "in off" para a nossa Bancada o teor destas duas Medidas Provisórias. Eu vou, depois, dar cópia para os Srs. Vereadores  das  duas  Medidas Provisórias para deixar claro, aqui, do porquê que nós estamos forçando a discussão sobre este Projeto. Na verdade,  a sociedade gaúcha e parte dos senhores parlamentares da Assembléia não se deram conta, Ver. Pedro Ruas, que se trata do cumprimento de uma negociação que há meses atrás o Sr. César Busatto, o Governador do Estado Antônio Britto e o Secretário Proença fizeram em Brasília com o Governo Federal, através do Ministério da Fazenda e do Banco Central. E, agora, estão, aqui, envolvendo a maioria dos parlamentares e o Estado do Rio Grande do Sul. Isso é um acordo que o Governo fez em Brasília. O que não dá é para o Governo fazer o que fez: fecha o acordo em Brasília no Banco  Central e, depois, encaminha os projetos para a Assembléia para aprovação. Nós estamos diante de uma submissão e a sociedade tem que debater o conteúdo e a finalidade deste programa nacional do Governo, que é de extinção dos bancos estatais - vide o caso da Caixa. Está tudo escrito nas Medidas Provisórias num acordo firmado pelo Governo Estadual, em Brasília, meses atrás.  Agora, estamos vendo, lamentavelmente, esse desdobramento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

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O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o  Sr. Cláudio Sebenelo.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queria dar uma explicação pessoal com relação ao pronunciamento do Dr. Juarez Pinheiro, nosso colega Vereador, que esteve preocupado com a presença no Grupo Hospital Conceição de pessoas vinculadas ao escândalo do Hospital Ipiranga. Assumiu a  Diretoria Administrativa Financeira o Dr. Délcio Martini e imediatamente foi providenciada uma solução. Hoje, posso  comunicar que foi afastada a pessoa e que, para o seu lugar, está indicado um outro colega que, para meu prazer, é o Dr. Cláudio Montzel.

 Queria me referir à situação difícil por que estão passando os médicos plantonistas do Hospital  de Pronto Socorro Municipal. O plantão extra no Hospital de Pronto Socorro é remunerado com um valor menor do que o plantão habitual, sobre o qual não incide a gratificação exclusiva do plantonista do Pronto Socorro de acordo com o dissídio. O plantão de sábado, domingo e feriado e dia de ponto facultativo não é remunerado com esse 110%  adicional, estabelecido não só pelo dissídio, mas pela Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. Há dias em que, de acordo com o mês, alguns profissionais são obrigados a fazer um quinto plantão no mês. Esse quinto plantão, quando necessário pelo calendário, também não é remunerado como hora extra. O adicional de hora extra é inferior ao estabelecido por um precedente normativo do Tribunal Superior do Trabalho: 100% do valor da hora normal - ou seja, está sendo pago a menor pela administração do Hospital de Pronto Socorro Municipal. De acordo com a Lei nº 3999, item 4 do nosso quadro, o adicional noturno é também, por regulamento, de 60%; são pagos 25%. Isso foi decidido pelo Tribunal Superior do Trabalho, item 5 do nosso quadro.

    O salário pago ao médico concursado na Prefeitura Municipal de Porto Alegre é de 508 reais para 30 horas semanais, isto é, o médico que trabalha das 7h às 13h - são seis horas de trabalho - de segunda a sexta-feira, o que nós chamamos de rotineiro, recebe 508.6 reais. O Plano Nacional de Saúde prevê 1337.32 reais por vinte horas semanais, para trabalhar das 7h às 11h. Isso também é válido para não - plantonistas. Essa tabela de pagamento médico é reivindicada em nível nacional por  todas as lideranças médicas, inclusive pelo próprio Partido dos Trabalhadores, que lidera esse movimento de pagamento dos profissionais.

       Entretanto, em Porto Alegre, o PT não reconhece esse direito dos médicos. Então, eu pediria o auxílio da Bancada do PT aqui presente no sentido de corrigir essa falha, já que o profissional no Hospital de Pronto Socorro é muito mal remunerado, como todo o funcionalismo, mas especialmente esse profissional cujo  nível de exigência e de preparo é fundamental para o atendimento da nossa população. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)                                                

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver.  José Valdir está com a palavra.

 

O SR. JOSÉ VALDIR:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho um assunto local e outro partidário que quero abordar neste curto espaço de tempo. O assunto local é convidar esta Câmara para a Marcha pelo Direito à Moradia, promovido pelos ocupantes do Parque dos Maias, dia 16 de  maio, sexta-feira. A saída é às 9 horas, da Associação,  e a chegada está prevista para as 14 horas no centro da Cidade. Inclusive estão convidando todas as demais ocupações, e as ações prováveis, porque dependerão ainda da confirmação, serão o ato público na frente da Praça da Matriz, a audiência com o Governo do Estado, a audiência com o Presidente da Assembléia,  o abraço ao Judiciário  e distribuição de uma carta aberta à população no Largo Glênio Peres. O objetivo dessa marcha  é  abrir um canal de negociação e conseguir aquela audiência que, desde a nossa ida a Brasília, estamos esperando com o Governo do Estado para que ele diga sim ou  não à proposta do Ministro Jobim, à proposta de desapropriação do Parque dos Maias.

O outro assunto é que eu tenho a felicidade de integrar o movimento interno do Partido dos Trabalhadores que busca valorizar a cultura nativista, fazendo com que o PT discuta internamente esta questão do nativismo. Estamos firmando um núcleo no Partido, que, por enquanto, é o Núcleo dos Gaudérios (é assim que está sendo chamado),  através do qual pretendemos tencionar, dentro do Partido, essa discussão. A história do nosso Estado é extremamente rica e, como toda história regional, contraditória. Ela  perpetua ao mesmo tempo valores que são condenáveis, pelo menos por aqueles que têm a posição política que defendemos, e também valores que têm tudo a ver com o projeto político que  defendemos.  No Rio Grande do Sul  isso não é diferente. Temos,  na nossa chamada cultura gaúcha, infelizmente, valores sendo perpetuados com os quais não concordamos,  como a discriminação, a submissão da mulher, a discriminação contra a mulher, que é muito forte. Mas nós temos, na cultura gaúcha, valores que são extremamente importantes e que têm tudo a ver com o projeto de sociedade que defendemos, como os valores da liberdade, que são extremamente fortes em nossa tradição, como os valores da hospitalidade, da solidariedade, que também são muito fortes em nossa cultura.

 Infelizmente, estas questões não têm sido - há que se reconhecer - muito bem tratadas dentro do PT. Para encaminhar a discussão desse processo, estamos procurando fazer uma espécie de rebeldia interna para forçar a discussão dentro do Partido e estamos tendo amplo apoio não somente aqui em Porto Alegre como também  as bases do interior do Estado do nosso Partido têm telefonado para se integrar a esse movimento.

Temos que fazer com que o Partido dos Trabalhadores produza, acumule toda uma visão de uma nova conceituação sobre o legado da nossa História Gaúcha, cujo objetivo é fazer com que o Partido analise e discuta essa História do Rio Grande do Sul do ponto de vista das classes populares para que, a partir disso, consigamos elaborar material, textos com esse enfoque  mais universalista, porque a cultura gaúcha não é apenas a cultura do homem da fronteira. É também a cultura do negro, que pretendemos resgatar; é também a cultura da zona de imigração alemã, da imigração italiana. Inclusive estamos discutindo nesse núcleo a idéia de que Porto Alegre sedie um festival de arte, mas um festival de arte que também abra espaços às manifestações da cultura negra, da cultura italiana, da cultura alemã, e assim por diante, porque a geocultura do nosso Estado é muito vasta e  muito rica. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Tem a palavra o Ver. Guilherme Barbosa. Desiste S. Exa.

Tem a palavra o Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Quero, preliminarmente,  agradecer a gentileza do Ver. Guilherme Barbosa, que estava inscrito e tinha interesse nesta pauta.

Para quem, de forma desavisada, chega no Plenário e assiste ao debate,  pode  parecer uma tautologia; discursos, numa visão preliminar, vazios; e não o são. Nós tivemos aqui, através da intervenção do Ver. Cláudio Sebenelo, do PSDB, uma demonstração da importância do debate que se trava nesta Casa. Nós denunciamos aqui que uma pessoa indiciada pela Polícia Federal por formação de quadrilha e por desvio de mais de 2, 2 milhões de dólares permanecia chefiando um serviço do maior complexo hospitalar da América Latina - Grupo Hospitalar Conceição. Os Vereadores Fernando Záchia e Cláudio Sebenelo fizeram as anotações devidas, me consultaram, me perguntaram mais alguns dados. E hoje chega a esta Casa a notícia, por parte do Ver. Cláudio Sebenelo, do afastamento do chefe do ambulatório que movimenta mais de 150 mil consultas por mês no Grupo Hospitalar Conceição. Nós já dizíamos que não queremos fazer um julgamento antecipado, porque essa é uma responsabilidade do Poder Judiciário. E nós dizíamos, em nosso pronunciamento, que esse cidadão, Beno Jacolovich, havia sido indiciado pela Polícia Federal no maior inquérito policial já realizado por aquelas autoridades policiais, em nível da União.

Ficamos satisfeitos em ouvir agora a informação do afastamento preventivo desse cidadão das funções de chefia, que, a nosso juízo, ocupou indevidamente por um largo período de tempo. E a direção do Grupo Hospitalar sabia da tramitação desse inquérito policial. Isso reforça a importância do debate que é travado nesta Casa. São recursos públicos que estão sendo preservados de dilapidação. Nesse sentido, quero prestar a minha homenagem aos Vereadores Cláudio Sebenelo e Fernando Záchia pela forma rápida como atuaram e resolveram uma questão tão importante.

De outra parte, gostaríamos de ficar no aguardo da questão de que o funcionário Marcos Plá, afastado um dia depois de ter sido reintegrado pelo Poder Judiciário, tivesse também um encaminhamento tão adequado como foi dado para a questão do médico Beno Jacolovich.

 Queríamos também assinalar aqui um fato que, à primeira vista, poderia  parecer um pouco irresponsável, ou ao sabor da emoção, ou não adequado neste Plenário, que seria a homenagem a um time de futebol. O que o Grêmio fez ontem transcende aos limites esportivos, porque demonstra, na verdade, a garra com que o Rio Grande do Sul, e esta Cidade, pode superar as suas dificuldades. Com dez homens, em São Paulo, o Grêmio Foot - ball Porto-alegrense, com aquela atitude valente, superou todo aspecto de análise esportiva e mostrou a garra que têm o gaúcho e o porto-alegrense. Faço esta homenagem ao time do meu coração, com a maior tranqüilidade, com a maior responsabilidade. É essa garra que demonstrou aquela representação gaúcha que deve inspirar a nós, legisladores e, também, ao Poder Executivo desta Cidade e deste Estado.

Gostaria, ainda, de fazer uma referência sobre um debate que foi levantado, nesta Casa, pelo Ver. João Motta a respeito da Caixa Econômica Estadual. Com o movimento realizado nesta Casa e outras cidades, mais de duzentos Municípios apresentaram propostas de emenda à Constituição Estadual no sentido da preservação da Caixa Econômica Estadual. Ver. Isaac Ainhorn, que defende também essa tese, na verdade, é a submissão do Governo Estadual a um projeto do Governo Federal e a um projeto do capital financeiro internacional de extinção dos bancos públicos, que permitem que pequenos poupadores façam suas economias, e é mais uma forma com que os governos neoliberais investem contra o patrimônio público e contra a função pública. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

                                                                                              

     

O SR. PRESIDENTE: Encerramos o momento de Explicação Pessoal.

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Liderança.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Uso o tempo de Liderança, mas expondo uma posição pessoal através da cortesia de meu Líder de Bancada, Ver. Nereu D'Ávila, e do Vice-Líder, mas que, tenho certeza expressa o sentimento de todos os meus colegas numa manifestação lamentável, tristemente lamentável, do Presidente do CPERS, Prof. Eliezer Pacheco, que escreve uma missiva ao Jornal “Zero Hora”. Eu não tenho uma aproximação maior com o Prof. Eliezer Pacheco, mas sempre o tive na posição de um homem muito elegante, cortês. Acredito  que não tenha sido nada feliz e manifesto o meu profundo repúdio às manifestações e às referências feitas a um homem extremamente ético nos seus 30 anos de vida pública, e não é a palavra do Sr. Eliezer Pacheco que vai manchar a trajetória de dignidade, de coerência de um Deputado Estadual que tem  uma posição de respeitabilidade de conduta ética. Posso até não concordar com alguma manifestação formulada pelo Deputado Estadual João Luiz Vargas, mas não posso, sob hipótese alguma,  aceitar a aleivosia formulada por escrito, quando o Sr. Eliezer Pacheco afirma: “Quando o homem público abandona as suas convicções em troca de  três dias no Palácio Piratini, dá um péssimo exemplo para a formação moral e política da juventude”.

 Não conheço o Sr. Eliezer Pacheco, com quem tenho relações cordiais, mas foi profundamente infeliz nas suas manifestações. Porque, se não conheço o Prof. Eliezer, conheço o Deputado Estadual, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, João Luiz dos Santos Vargas, que é um homem cuja trajetória se coloca dentro de uma postura ética que o conduziu, exatamente, por esse comportamento de competência, de correção, de integridade pessoal, à Presidência da Assembléia Legislativa . E a afirmação de que teria trocado três dias no Palácio Piratini em troca de três dias para fazer manifestações... é abominável essa afirmativa! Portanto, o nosso repúdio.  Podemos até não concordar com manifestações formuladas. Dentro do nosso Partido, o PDT,  tivemos um ato  em homenagem ao Dep. João Luiz Vargas onde essas questões foram totalmente dirimidas e esclarecidas. Em relação ao magistério, S.Exa.  não fez nenhuma manifestação de apoio à política salarial. O que ele fez, sobretudo,  foi,  em obediência ao mandamento constitucional, assumir por três dias o Governo do Estado. Nessa condição, cumprindo apenas uma substituição decorrente de um mandamento constitucional, entendeu que não poderia se posicionar de forma crítica  a um Governo que apenas estava substituindo  transitoriamente. Isso revela o perfil e a conduta ética desse extraordinário homem público, João Luiz Vargas! Por isso, fiz esta manifestação e tenho certeza de que,  mesmo alguns companheiros podendo,  no conteúdo de uma manifestação sua,  não concordar,  tenho certeza de que concordarão com a minha manifestação de repúdio a um troca - troca que não é do perfil nem do Deputado João Luiz Vargas nem do PDT,  até porque, quando um deputado fere o programa e a doutrina partidária, nós, do PDT, temos, em conseqüência, de tomar as providências e,  percorrendo os caminhos legais, chegar até o sacrifício de, muitas vezes, levar à expulsão um filiado do nosso Partido em virtude  da não - obediência aos mandamentos  doutrinários e programáticos. Não titubearemos em usar todos os espaços e  canais para desagravar a figura de um homem que merece  o respeito não só dos parlamentares do nosso Partido, mas merece o respeito, por  sua conduta e por sua trajetória,  do Rio Grande do Sul e do Brasil. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Liderança.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Há questão de duas ou três semanas,  a Comissão de Direitos Humanos desta Casa foi procurada por uma comissão de moradores do Parque dos Maias que querem assumir o financiamento, junto à HABITASUL, para que possam regularizar a sua situação, que já é conflitante. Mas veja, Ver. Nereu D'Ávila: para que eles possam assumir o financiamento, que é o que eles querem, admitem pagar 1,2 CUBs. É uma discussão antiga na Casa, mas eles querem regularizar a sua situação. Eles precisam da carta de “habite-se” da Prefeitura de Porto Alegre para que possam ter a condição legal de assinatura de contrato. Fizeram, de acordo com as reuniões feitas na comunidade, todas as alterações internas nos seus apartamentos, todas as melhorias que a Prefeitura exigia para obter a carta de “habite-se”, juntamente com a Construtora Guerino, que tinha que fazer as melhorias na parte condominial do prédio: escadaria, extintor de incêndio e corrimão nas escadarias. Só que em cada núcleo habitacional, em cada prédio, não são todos que estão nesta condição. Alguns não querem, outros não têm condições de pagar o valor de 1,2 CUBs. Mas esses moradores, que totalizam quase duzentos, querem regularizar. Então, o que está acontecendo? A Prefeitura não faz a vistoria, não está dando o “habite-se” individual e eles não podem assinar o contrato de financiamento. Em contrapartida, existe já, na mão de Oficiais de Justiça, a modificação da Ação de Despejo para que eles saiam dali. Eles vieram procurar a nossa Comissão, conduzida pela nobre Vera. Maria do Rosário, que convidou o Secretário Estilac Xavier para que aqui comparecesse e viesse explicar a essa Comissão quais os motivos da SMOV  não se dirigir até lá e fazer a vistoria. Foi marcada, em conjunto com a SMOV,  a data do comparecimento do Sr. Secretário, que era na terça-feira passada. Chegando no dia, o Sr. Secretário não aparece. Ignorou o convite desta Casa, onde a data foi agendada entre ambas as partes. Existe na rua, nas mãos dos Oficiais de Justiça, Ação de Despejo contra esses moradores. Isso me parece, claramente, um desrespeito, Ver. Gerson, do Executivo Municipal com essa parte da comunidade de Porto Alegre. A Vera. Maria do Rosário, constrangidamente, foi obrigada agora a convocar o Secretário. Ele será convocado para a próxima terça-feira.  Está-se passando o tempo, e nós temos aqui na Casa a CUTHAB, que parece ser uma comissão ágil, mas ela não teria dado muita atenção - e esta é a reclamação da comissão dos moradores - à situação deles. Nós temos uma situação incomum, que são as pessoas que concordam com o mais difícil, o mais conflitante nessa relação, que é o valor da aquisição dos imóveis - 1,2 CUBs o metro quadrado. Esse é o preço do Mont'Serrat, preço da Auxiliadora. Eles concordam, porque querem regularizar a sua situação. Eles querem assinar o contrato de financiamento com a HABITASUL. Não está havendo compreensão por parte da Prefeitura na questão do "habite-se". A Comissão de Defesa do Consumidor convida o Sr. Secretário - e a Presidenta teve o cuidado de, no convite, colocar, “o Sr. Secretário ou uma pessoa devidamente credenciada, autorizada” para que se desse a oportunidade à SMOV de escolher uma outra pessoa. Não veio nem o Secretário, nem outra pessoa autorizada. A Comissão veio em peso para participar da reunião e o Secretário não veio. Em contrapartida, continua, na rua, o medo dos moradores de, chegando em casa, encontrar um Oficial de Justiça com uma notificação. Eu entendo que deva haver uma sensibilidade maior por parte dessas pessoas que dirigem Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Liderança pelo PSDB.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, houve no Brasil, pela primeira vez na sua história, uma avaliação sobre o ensino de terceiro grau, que se presta tanto a todas as formas de especulação e de exploração, especialmente no centro do País. A conclusão a que se chegou era a esperada, mas o mais grave é que nós formamos profissionais que lidam com a economia, com a construção da sociedade brasileira, mas especialmente aqueles que lidam com a vida do ser humano nas ciências biológicas, e a conclusão a que se chegou é que não é bom o trabalho realizado pelas nossas universidades. Esse trabalho salientou, com um grau muito alto de qualidade, a nossa faculdade de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É considerada modelo em todo o País, para a nossa alegria, mas, por outro lado, mostrou também que proliferam as faculdades de Medicina, a tal ponto no Rio Grande do Sul, que se formam, aproximadamente, mil médicos por ano, quando as nossas necessidades estão no máximo em duzentos e trezentos médicos. Aí há uma vulgarização e uma baixa qualidade do atendimento médico. Por isso, a Associação Brasileira de Educação Médica, com os acadêmicos de Medicina, vai proporcionar... E aqui queremos ressaltar a propriedade com que essa pesquisa foi feita e, principalmente, a seriedade e a postura do Ministro Paulo Renato, o conhecimento do estado atual do exame das deficiências para a democratização do debate do terceiro grau no País, coisa que deveria ter sido feita permanentemente e que agora pretendemos aprimorar. Na verdade, essa avaliação é a primeira que se faz e não a que buscamos, como uma quantidade de atendimento não só nas áreas de educação, como na área da saúde, quando vemos que, lamentavelmente, esse atendimento é feito com baixa qualidade e visando apenas quantidade. Vemos ser citados só dados estatísticos: são "x" alunos por estabelecimentos, são 150 mil consultas por mês em tal local, mas na verdade não sabemos como é a qualidade do atendimento. A qualidade do ensino está sendo provada por esse trabalho do Ministério da Educação, e que não é boa e que precisamos melhorá-la.

A qualidade do atendimento médico pode ser muito questionada com essa pletora de médicos que são jogados no mercado, com salários aviltantes e, principalmente, com baixíssimos salários, como dei o exemplo, em minha intervenção anterior, do salário dos profissionais do Hospital de Pronto Socorro Municipal, que deve ser melhorado. E isso não deve acontecer como uma reivindicação de classe, mas como um símbolo da melhora da qualidade do atendimento médico em Porto Alegre. Vejam a importância desse trabalho em que uma das metas não é só a avaliação e o diagnóstico da situação da área da educação, mas é, indiscutivelmente, a intenção  de aprimorá-la. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida, Líder do Partido dos Trabalhadores, está com a palavra para uma Comunicação de Liderança.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, quero me referir ao pronunciamento  do Ver. Fernando Záchia e lembrá-lo que esta Casa aprovou a constituição  de uma comissão que, inicialmente, tinha três Vereadores: Ver. José Valdir, Presidente da CUTHAB; Ver. Antônio Losada e Vera. Anamaria Negroni. A Vera. Anamaria Negroni, por motivo de bancada, não acompanhou a comitiva a Brasília e foi substituída pelo Ver. Antônio Losada. A comissão foi tratar da questão do Parque dos Maias e se reuniu com as maiores autoridades da República. Existe uma comissão negociando isso - portanto, trata-se de uma negociação que está em curso, inclusive com a participação muito intensa da Câmara Municipal de Porto Alegre e cuja ação deve ser, a meu juízo, encaminhada  até que a negociação seja concluída.

 Então, a Casa deve estar atenta e deve tomar as medidas necessárias. Agora, se há uma negociação em curso com os representantes da Casa...(Aparte anti-regimental do Ver. Fernando Záchia.)  Bem,  V.Exa. diz que é outra coisa e isso me deixa surpreso, porque me parece a mesma coisa. A questão do “habite-se” está envolvida com as negociações. Eu aceito os apartes, mesmo anti-regimentais, apesar de ter ouvido o Vereador todo o tempo. Gostaria de ser esclarecido se eu me mostrei ignorante sobre o assunto. Acredito que não, porque a CUTHAB tem assumido e liderado essas negociações em nome da Casa.

Quero também, com a permissão da Bancada e assumindo o tempo de Liderança, divulgar o manifesto lançado anteontem por dezenas de instituições ambientalistas de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, entre as quais a Associação Democrática Feminina Gaúcha, a Associação Ecológica de Canela, a AGAPAN, a Cooperativa Colméia, Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Núcleo de Eco Jornalistas do Rio Grande do Sul e assim por diante, que fazem um importante, e eu diria até histórico, manifesto da questão ambientalista, se posicionado em relação ao que eles chamam de crítica ao desenvolvimento tabaco - etílico - automobilístico do Governo gaúcho. É uma abordagem feita sob a ótica da proteção ambiental, do desenvolvimento auto-sustentável, que tem produzido no Brasil a ECO 92, que reuniu cento e setenta países dos mais variados continentes, que firmaram um dos mais importantes documentos na história dos governos no que toca à questão do compromisso ambiental, inclusive cidades do governo americano, canadense, inglês, francês. Um dos documentos principais foi a Agenda 21.

Eu gostaria que, se o Ver. Sebenelo não me escutasse, pelo menos não atrapalhasse. (Assentimento do Ver. Cláudio Sebenelo.) Certamente, é um assunto da maior relevância.

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Plenário que se mantenha em silêncio para que o Vereador possa continuar.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: É importante esse manifesto - eu posso providenciar cópias - porque aborda, sob o ponto de vista ambiental, sintonizado com a ECO 92 e com a RIMA-5, conferência da ONU realizada em março último em que reafirmou os compromissos  com a chamada “Agenda 21”, documento assinado por cento e setenta países, que propugna por um desenvolvimento auto-sustentável, cientes das informações que temos hoje sobre os malefícios que uma determinada forma de desenvolvimento traz para o planeta e para a condição de vida das cidades e do mundo. A ONU estima que no ano 2025 cerca de 85% da população do planeta, que será de cerca de 8 milhões, viverão em cidades. Se entendermos que, em 1800, da  população do planeta, que era de um bilhão, apenas 3% viviam em cidades, veremos como esse crescimento é rápido e explosivo. Portanto, o que se faz nas grandes cidades hoje diz respeito a toda a humanidade.

   Por isso esse manifesto é importantíssimo e espero que o Governador, que não quis recebê-lo na quarta-feira, explique à sociedade, já que as questões ambientais em Porto Alegre são muito discutidas, muito debatidas e muito cobradas. Peço aos Vereadores que são da Bancada do Governo que convençam as autoridades a lerem e receber esse manifesto que certamente auxiliará no debate público sobre desenvolvimento auto-sustentável e ambientalmente correto para o Estado do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Dib, em tempo de Liderança.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em  matéria de proteção ambiental preocupa-me muito o Projeto Hermes a ser efetivado no bairro Três Figueiras, em condições precárias de acesso e com desmatamento, apesar de ter passado no Plano Diretor. Eu gostaria de que fosse muito mais pensado porque são vários blocos residenciais, hospital, “shopping center”. Em matéria de “shopping”, a administração prefeitural  é genial. Hoje mesmo os jornais estão publicando publicidade em torno da Praça Maurício Cardoso, que deve ter sido trocada, também junto com a Av. Goethe,  pelo “shopping” com hotel e uma série de atividades na Olavo Barreto Viana. A administração prefeitural gosta do troca - troca. É muito preocupante. Não sei se nós precisamos de todas as coisas que estão sendo feitas e da maneira como estão sendo feitas e, principalmente, nos locais em que estão sendo projetadas. Não é o caso do Shopping Cristal  que, por enquanto, é o “shopping” papel, que vai melhorar uma área, uma zona da cidade. Mas o “shopping” do real, perto do Iguatemi, perto do “shopping” que eles querem fazer, agora, no Projeto Hermes, vai criar  problema de congestionamento, porque a Rua 24 de Outubro não foi alargada. Ela deveria ter sido alargada, mas a Prefeitura deixou, ilegalmente, construir, no passeio, na 24 de Outubro com a Nova Iorque. Não é porque não tivesse sido alertada. Foi alertada.  Foram feitos três Pedidos de Informações, e a Prefeitura permitiu, depois do "habite-se", que se construísse no passeio, que era propriedade do Município. Mas a Prefeitura disse que estava certo. Então, eu acho que, em matéria de proteção ao meio ambiente, nós tínhamos que cuidar um pouco mais das coisas que estão acontecendo.   Porque também o meio ambiente é afetado quando num Projeto Hermes centenas, talvez milhares de automóveis sejam levados diariamente àquela área. Têm escolas naquela área, as residências eram  unifamiliares todas. Hoje, o Plano Diretor não mais prevê isto, mas, no passado, previa. Quando se fez o bairro Três Figueiras, tudo era unifamiliar. Claro que o Projeto foi aprovado no Conselho do Plano Diretor, mas eu não sei se todos os Conselheiros do Plano Diretor têm as condições necessárias de uma análise eficiente. Eu não sei se lá estava ou se vai estar o Projeto examinado pela FEPAM.  Quando se quer fazer o Pólo Petroquímico duplicar, a coisa é complicada. Para se fazer a Estrada do Sol foi complicadíssimo! Agora, para fazer o Projeto Hermes, eu não vi nada disso. Eu acho que é uma coisa que deve ser bem examinada, quando se fala em proteção ao meio ambiente,  meu querido Vereador, Líder do PT, Gerson Almeida. Sei que isso vai ser feito e gostaria que fosse feito com a clareza  necessária para que ninguém tivesse dúvidas. Agora, com  análise ambiental ou não, que o local não é o que melhor se presta, até porque não tem acesso viário suficiente, não tenho  dúvidas. Agora, na administração prefeitural de  hoje, tudo é possível, desde que haja um troca - troca. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não há mais nenhuma inscrição de Liderança. Antes de encerrar esta Sessão, a Mesa, mais uma vez, coloca a importância deste evento que está  acontecendo em Porto  Alegre - I Buenos Aires em Porto Alegre -, cujo jornal com  a programação foi distribuído, e tenho certeza que alguns desses eventos são muito interessantes, principalmente do  ponto de vista cultural.

Ainda estamos recepcionando o nosso visitante  Abel Fatalla e tivemos também a visita de uma importante artista gaúcha, que está morando em  São  Francisco da Califórnia, Zorávia Betiol, e também, mais uma vez, temos o prazer de dizer que está presente o  Vice-Prefeito de Blumenau, que já morou em Porto Alegre, o Sr. Inácio Mafra. Recebemos o recado do Ver. Edi Morelli, que traz um abraço a todos. Muito obrigado a todos e desejamos um bom fim de semana a todos.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.  

 

(Encerra-se a Sessão às 11h35min.)

 

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